Não posso deixar que te leve,
o castigo da ausência
vou ficar a esperar e vais ver-me lutar
para que esse mar não me vença.
Não posso pensar que esta noite,
adormeço sozinho,
vou ficar a escrever e talvez vá vencer
o teu longo caminho.
Quero que saibas,
que sem ti não há lua,
nem as árvores crescem,
nem as mãos amanhecem,
entre as sombras da rua.
Leva os meus braços,
esconde-te em mim,
que a dor do silêncio,
contigo eu venço,
num beijo assim.
Não posso deixar de sentir-te,
na memória das mãos,
vou ficar a despir-te e talvez ouça rir-te,
nas paredes, no chão.
Não posso mentir-te que as lágrimas,
são saudades do beijo,
vou ficar mais despido,
que um corpo vencido, perdido em desejo.
Pedro Abrunhosa
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