Quando é que o cativeiro,
Acabará em mim,
E, próprio dianteiro,
Avançarei enfim?
Quando é que me desato
Dos laços que me dei?
Quando serei um facto?
Quando é que me serei?
Quando, ao virar da esquina,
De qualquer dia meu,
Me acharei alma digna,
Da alma que Deus me deu?
Quando é que será quando?
Não sei. E até então,
Viverei perguntando:
Perguntarei em vão.
Fernando Pessoa
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